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sexta-feira , 29 março 2024

Gravando bateria com 4 Microfones

Quando pensamos uma bateria sendo gravada em um estúdio profissional, geralmente vem em  nossa cabeça a imagem de técnicas complexas e muitos microfones 8 ou 12 ( ou mais ).

 

Uma mistura de um bom par de “Overhead” e “close mics” em cada peça, mais alguns microfones de sala, parece ser ordem do médico de toda gravação moderna. Mas hoje quero destacar um método de obter sons grandes de bateria usando apenas 4 microfones.

 

O método Glyn Johns

Glyn Johns é um músico britânico, engenheiro, produtor e que  trabalhou com Led Zeppelin, The Who, The Rolling Stones, The Eagles, Eric Clapton e teve no começo da carreira o prazer de ser assistente dos Beatles.  Ele realmente tem um currículo impressionante, ainda mais tendo gravado  sons de bateria lendários como o do John Bohan do Led Zeppelin. Ele só usou quatro microfones para fazê-lo!

Especificamente tudo que você precisa para este método são 2 microfones overhead (condensadores de diafragma grande), um microfone para o bumbo (dinâmico ou condensador), e um mic na caixa (geralmente uma dinâmico). O quadro geral é que o som vem do over  enquanto o bumbo e caixa como “spot” mics para engordar esses dois grandes elementos do kit e dar a eles uma atenção a mais na mixagem.

Mas antes que você ache que isso não tem  nada de especial, perceba que a maneira como estes dois “overhead”  trabalham juntos é muito rara e é parte do que torna a o metodo  de Glyn Johns tão interessante. Vamos dar uma olhada:

 

Overhead MONO

O método começa com o posicionamento do primeiro over,  acima da caixa ou no meio do kit mais ou menos a um metro e meio de distância. Ele deve estar apontando para baixo no kit.

Grave um pouco e ouça o som do  microfone. Você está ouvindo um balanço completo do kit. Você deverá ouvir uma agradável mistura de caixa, toms e pratos em um único microfone. Se você não tem o suficiente do tom e surdo, então angule o overhead um pouco para os toms. Se os pratos estão muito abrasivos, mover o microfone um pouco mais pra cima. Enxágüe e repita.

 

Segundo Overhead completamente diferente

Depois de ter um bom equilíbrio do kit com o seu primeiro microfone, as coisas ficam um pouco mais interessantes. Leve o seu segundo microfone overhead e coloque  logo à direita do surdo (floor tom), talvez  uns 2 palmos abertos acima do aro de frente para a caixa. Como você pode ver este mic  não funciona como mais um overhead, é apenas  um microfone para captar o kit a partir de uma perspectiva diferente.

A chave para obter esses microfones em fase  é se certificar de que a grade dos dois microfones  está exatamente na mesma distância do centro da caixa. Basta ter um cabo de microfone para usar como medida de referencia, o baterista segurando o cabo no centro da caixa enquanto você mede a distância dos dois microfones.

Cada mic Overhead com a mesma distância da caixa

Quando abrir o pan, esses dois microfones  devem dar-lhe uma gravação estéreo completamente equilibrada, clara e com punch .O que você deve sentir falta é do “corpo” da caixa e do grave do bumbo. É aí que os dois últimos mics  entram em jogo.

Bumbo e caixa para arredondar o som

Com os overs soando bem, as coisas ficam mais simples. Posicione o microfone do bumbo e caixa na posição que você costuma a usar.

Lembre-se, você já terá o bumbo e caixa  nos seus microfones overhead, então ajuste os seus “close mics”  para que te tragam  o que está faltando que o som inicial.

Considerações Finais

Algumas coisas a ter em mente com o método Glyn Johns (e realmente com qualquer método de gravação de bateria):

  • Peles novas (batedor e resposta) são uma obrigação para obter os melhores sons do seu kit.
  • Onde você grava realmente afeta o som. Para obter esse grande clássico som de bateria que John Boham ficou famoso  você precisa para gravar em uma grande sala com bom  som. É claro que mesmo em um espaço menor, você pode obter um grande som. Quanto melhor a sala, melhor o som.
  • Não há regras. Use este método como um ponto de partida para as suas gravações, se quiser. Mas mover coisas, experimentar, mudar.  Há rumores de que este método foi descoberto por acidente de qualquer maneira, então não tenha medo de “estragar as coisas”.

 

Dito isto, aqui é uma amostra do nosso teste de gravação deste método. Este kit foi gravado no saguão de uma casa usando o tradicional método de Glyn Johns. Microfones utilizados foram Kel HM-1s para over, a Kel HM-2d no bumbo, e um Shure SM-57 sobre a caixa.

Este Post foi traduzido de um artigo do site: http://therecordingrevolution.com  Visite!

 

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Sobre Diego Moreno

Fundador do site, Engenheiro de áudio, apaixonado por música, divide o tempo entre a estrada o estúdio e a constante atualização do site.

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Vou mais uma vez causar polêmica e discussão com este post, pois sei que muita gente que segue o blog faz ou já fez, concorda ou discorda de alguns desses mitos que eu vou comentar agora:

17 comentários

  1. muito bacana !!! coisa fina demais !!!

  2. Amei esse tuto, fiz desse jeito e minha bateria Mapex virou um show! porém, usei um microfone Audio tech como over, um B2 ao lado do surdo (floor tom), um Shure SM-57 no snere e 02 SM-57 no Kick, um dentro do furo e outro fora para captar as frequencias mais baixas, cara nåo usei nenhum equalizador somente compressor, essa foi a melhor bateria que ja gravei. fui!!!!

  3. Ótimo! Ainda não testei, mas fiquei feliz de encontrar esse tuto. Logo porei em prática.

  4. Fiz um teste no meu Home Estúdio com essa técnica…ficou ótimo!!!

  5. Olá! este é o novo teste de gravação de minha bateria Mapex bird, gravada com 04 microfones no método Glyn Johns; snere 01 sm57, kick 01 D112, overh 01 audio techinica at3035, ao lado do tom floor 01 B2 behriger, estou aceitando critica sincera! valeu! http://www.4shared.com/mp3/duz_tKi0/Bateria_Scott

    Agora este outro teste, já foi com close mics, não ouví muita diferença não! http://www.4shared.com/mp3/2TKtYrMg/Walter_close_

  6. Gostei, parabéns!
    Vou fazer o teste e posto logo mais.
    Abraço.

  7. Anselmo Gonçalves

    No 'ao vivo' esse método funciona bem também?

  8. Muito bom! Mais estou curioso, os overs ficam sem EQ, ou um pouco mais baixo que o bumbo, caixa? Assim nas frequências 500 htz temos um som meio de "papelão" essas sobras como podemos deixa-las?

    • SE VC GRAVOU EM ALGUM SOFTWAIRE, COMO NUENDO 03, CUBASE , SONAR OU OUTROS PROGRAMAS, E SO USAR O PLUGIN (PAZ ANALAIZER) QUE ELE TE MOSTRA TODA SOBRA DE FREQUENÇIA, AI TEM COMO TIRAR…

  9. MUITO LEGAL MESMO, UMA BOA MANEIRA DE GRAVAR BATERIA.

  10. Saudações,

    Gostaria de fazer duas perguntas:

    – A importância de se utilizar diafragmas grandes, é devido ao "corpo" melhor obtido em relação a um diafragma pequeno? Alguma peculiaridade?
    – No "live" esse método funcionaria bem?

    Obrigado e no aguardo.

    Best regards.

  11. Muito bom, tenho de experimentar isso…

  12. Cara fiquei impressionado! Antes de ler qualquer coisa eu dei uma olhada rapida na pagina para ver o tamanho do post, e me deparei com a demo q vc fez, logo cliquei e de cara pensei: “caralh#!, ficou muito parecida com a bateria do John Bohan!” Depois de começar a ler q vi oq vc escreveu a respeito, muito obrigado por demonstrar esta técnica!

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