Depois de termos destruído o nosso quarto e quase sermos expulsos de casa pela família, vamos à montagem do sistema de gravação.
O computador
Atualmente a melhor opção é o uso de um computador com uma interface de áudio e um software de áudio para gravação em ‘multitrack’.
Procure uma máquina estável com peças de fabricantes renomados. Sempre desconfie das que prometem fazer tudo por um precinho pequeno e lembre-se que Papai Noel não existe. A velocidade do processador, a quantidade de memória RAM e taxa de transferência do HD serão essenciais para a ‘performance’ junto ao software de áudio.
Acho que o mais importante é que você consiga dedicar mais tempo às gravações do que ficar resolvendo problemas na sua máquina. Por isso, economizar demais na escolha do computador pode ser um tiro pela culatra fazendo você dedicar mais tempo como técnico de informática do que como técnico de áudio.
O Software
O melhor é que todos os softwares sejam originais e, importante não só o sistema operacional, mas até os’ plug-ins’. Sei que é muito sedutor poder ter tudo sem ter que pagar nada, mas acho que a dor de cabeça que isso traz não compensa. Acho mesmo, por experiência própria, que o investimento em softwares originais é uma atitude inteligente que se paga ao longo dos anos.
Existem muitos softwares de gravação ‘multitrack’ no mercado e acho que todos são muito bons. Não resta dúvida que uns têm algumas vantagens sobre outros, mas de um modo geral, quase todos, desempenham a sua função. Você deve escolher aquele que tem a interface mais amigável para você. Vou citar alguns softwares que conheço e acho fantásticos:
- Protools
- Logic Audio
- Nuendo
- Reaper
- Sonar
Todos eles já vêm equipados com ferramentas “plug-ins” como ‘EQs’, Compressores, ‘Reverbs’ e outras ferramentas capazes de fazer muito mais (mas muito mais mesmo) do que um grande estúdio profissional faria a menos de 20 anos atrás.
E, lembre-se ainda: a interface tem que ser amigável para você porque você deve conhecer profundamente todos os recursos que o software escolhido lhe oferece. Digo e repito sempre: a melhor ferramenta de áudio sempre vai ser aquela que conhecemos bem.
Tente fazer com que essa máquina seja exclusiva para suas gravações evitando instalar outros programas. Ah, claro, mantenha um serviço de acesso à Internet ágil e seguro nessa máquina. Se você puder ter outro computador para as outras coisas que não sejam ligadas a áudio é ótimo. Isso vai livrar você de muita dor de cabeça, com certeza.
AC
A qualidade da energia que vai alimentar a sua máquina é muito importante. Ela vai garantir a sua durabilidade e ate influir na qualidade do áudio.
Instale um ‘NoBreak’ com filtro de linha para ter um pouco mais de segurança pois o fluxo de energia no Brasil não é dos melhores. Existem muitos fabricantes desse produto e acho que algo em torno de 1.4KVA será suficiente para o sistema que vamos montar.
Os ‘No-breaks’ são classificados em dois tipos: ‘off-line’ e ‘on-line’.
Os ‘No-breaks’ ‘off-line’ são os mais baratos e apresentam um retardo em seu acionamento. Quando a luz acaba, o ‘No-break’ demora um tempo (tipicamente 16 ms) para detectar que a luz acabou e acionar a bateria. Embora esse retardo seja pequeno, pode afetar o funcionamento de equipamentos mais sensíveis.
Já os ‘No-breaks’ ‘on-line’ não oferecem qualquer tipo de retardo no acionamento da bateria quando a luz acaba, sendo, portanto, melhores do que os ‘No-breaks’ ‘off-line’. Existem, no entanto, dois tipos de ‘No-break’ ‘on-line’: o ‘on-line’ em paralelo e o ‘on-line’ em série.
Nos ‘No-breaks’ ‘on-line’ em paralelo, as baterias e a tensão da entrada são ligadas simultaneamente à saída do equipamento. Como a bateria está sempre ligada na saída do ‘No-break’, não há retardo em seu acionamento. Entretanto, como a eletricidade da entrada do ‘No-break’ está presente em sua saída quando há luz, qualquer problema na rede elétrica (como variações de tensão) é repassado para a saída do ‘No-break’, ou seja, para o computador. Por isso dizemos que, nesse tipo de equipamento, a saída não é isolada da entrada.
Esse isolamento só é conseguido no ‘No-break’ ‘on-line’ em série, que é o melhor tipo de ‘No-break’ existente (aliás, considerado o “verdadeiro” ‘No-break’). Esse equipamento é alimentado o tempo inteiro pela bateria e “somente pela bateria”. Quando falta luz, não há qualquer tipo de retardo. E, como a tensão elétrica presente na entrada do ‘No-break’ é usada apenas para ficar recarregando a bateria, quando essa mesma tensão fica fraca, a saída do ‘No-break’ não se altera porque fica totalmente isolada da entrada.
Com isso, qualquer problema na rede elétrica (variações de tensão, interrupção, etc.) não afeta o equipamento conectado na saída desse tipo de ‘No-break’. Sem sombra de dúvidas; é o ideal para profissionais no mundo do áudio porque não permite falhas causadas por interferências elétricas que podem refletir em forma de ruídos e chiados na gravação, danificando irremediavelmente todo o trabalho.
No próximo post vou falar sobre a entrada e saída do áudio na sua máquina.
Um comentário
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