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quarta-feira , 24 abril 2024

Como foi Mixado o Disco do DAFT PUNK

Vamos saber ao longo deste post, como foi gravado e mixado o disco Random Access Memory do Daft Punk. Um disco que fez muito sucesso em 2013,  ganhador de vários grammys em especial a música Get Lucky

Daft-Punk-Random-Access-Memories

Mick Guzauski trabalhou com artistas como Earth, Wind and Fire,  Eric Clapton, Mariah Carey, Baby Face, Boyz to Men, Daft Punk e muitos outros. Ele conta que quando foi chamado para mixar, recebeu a notícia que seria um álbum retrô, com a cara dos anos 70  mas com músicos reais executando, fugindo de tudo que o Daft Punk tinha feito recentemente.

O Daft Punk trabalhou no álbum por aproximadamente dois anos. De acordo com Mick, o Daft Punk já trabalhava nesse material durante dois anos antes desses. O álbum foi inspirado no som do disco(estilo musical)  do final dos anos 70, início dos 80, mas com uma visão moderna de produção.

 

Mick Guzauski
Mick Guzauski

Gravando o álbum:

“Nós gravamos no Pro Tools em 96k. Nós também gravamos bateria, baixo e teclados num gravador analógico de 24 canais. Então nós transcrevemos toda a gravação análoga para o Pro Tools, assim podiamos ter as trilhas gravadas digitalmente e analogicamente, permitindo editar e trabalhar simultaneamente com dois mundos. Na mixagem nós decidíamos música por música, as vezes sessão por sessão, o que combinava mais, a maciez do analógico ou a clareza do digital.

Nós mixamos para meia polegada em 15 e 30 ips, e depois decidíamos música por música qual usar. Também fizemos várias vezes a automação em diferentes níveis para saber qual nível de saturação soava melhor.

Get Lucky é o primeiro e único single do Daft Punk lançado antes do álbum, que foi para as lojas em 21 de maio de 2013. Eles formaram o time com Pharrell Williams nos vocais, o lendário John Robinson na bateria e Nile Rodgers na guitarra!

 

A música foi gravada digitalmente e processada com outboards. Veja o que foi usado em “Get Lucky”.

 

Vocais

” Nós usamos o equalizador da console  NEVE 88R, um LA2A e um De-esser DBX-902.  Nos Efeitos foi usado um Plate EMT140 real, um Lexicon PCM42 Digital Delay na frente dele como predelay e outro PCM42 para um leve “slap echo” com um pouco de chorus e escondido atras de tudo.”

Backing Vocal

“Para o backing vocal eu usei o equalizador da 88R e um 1176 – De-essers quando necessário. Em alguns casos eu usei um truque antigo, um lado baixei alguns “cents” o Pitch e no outro subi. Depois mixei o esquerdo alimentando o direito e o direito alimentando o esquerdo.”

Bumbo/Baixo

“Desde a gravação da bateria, nós tinhamos como objetivo que o bumbo e baixo combinassem. Normalmente eu faço isso com equalização, mas nós usamos 4 microfones para o bumbo: Um D112 foi o que mais usamos, um Sony C500 (um condensador que é ótimo pra altos níveis de SPL) colocado próximo ao D112 para pegar as altas e o som do batedor do bumbo. Um 47FAT fora do bumbo que mais tarde foi alinhado em fase com os outros mics e um alto-falante da NS-10 para um pequeno “tone”. Em diferentes músicas foi usada diferentes combinações desses mics para mixar com o baixo. O baixo foi comprimido com um LA2A”

Caixa/toms/pratos/over head:

“Na caixa foi usado um SM57 e um AKG C451 na esteira e no Hi-Hat. MD421 nos toms, Schoeps CM5U de over head e um par de u87 para sala. Normalmente eu não uso muita equalização, tento tirar todo o som da bateria com posicionamento dos microfones apenas.”

Palmas:

“Gravamos as palmas com quatro pessoas, capturadas com um U67 ou um U87 à 5 metros distante. Gravado e depois posto em loop.

 

A mixagem

Neve 88R no Conaway Studios
Neve 88R no Conaway Studios

O disco foi mixado no Conway Studio C em HollyWood, numa NEVE 88R com monitores Guzauski Swist GS-3a. Segundo Mick a mixagem não foi muito processada. Os sons são naturais, quentes e fáceis de ouvir.

Foi usado diferentes compressores e qualizadores como outboard. 1176, Neve 33609, API 2500, Chandler EMI e o Cranesong. Equalizadores foram usados GML, Avalon, API, Neve.

A maioria dos reverbs vieram do EMT140 real.

Equipamentos Favoritos:

  • Compressor: Distressor e Euphonix channel strip
  • Equalizador: Avalon 2055 ou similar. Sonnox para altas e FabFilter pela versatilidade.
  • Microfone: Neumann U67
  • Reverb: EMT140 real ou a simulação do mesmo na UAD
  • Delay: Qualquer um
  • De-esser: Universal Audio ou FabFilter e se for outboard um DBX-902
  • Equipamento barato: Yamaha SPX900
  • Chorus/Flanger: Eventide DSP4000 ou MetaFlanger

Música favorita do disco:

 

 

Post inspirado traduzido e modificado dos sites TheProAudiofiles.com e SonicScoop

 

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Sobre Diego Moreno

Fundador do site, Engenheiro de áudio, apaixonado por música, divide o tempo entre a estrada o estúdio e a constante atualização do site.

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Vou mais uma vez causar polêmica e discussão com este post, pois sei que muita gente que segue o blog faz ou já fez, concorda ou discorda de alguns desses mitos que eu vou comentar agora:

3 comentários

  1. Isso é só um pequeno trecho da história, parece que foi retirado da revista S.O.S BRASIL, edição nº37 de 2013. A matéria da revista é muito maior.

  2. Que delícia esse som da batera com pouca equalização hein? Vale a pena gastar um tempo tirando o máximo na captação

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